26 de dezembro de 2007

Rolos de Massa Filo com Espinafres (Ispanaklı Rulo Boreği)



Para cerca de 14 rolos

3 folhas de massa filo (yufka) * 1 cebola * 2 colheres de sopa de azeite * 600 g de espinafres * 1/2 copo de leite * 70 g de margarina * 2 colheres de sopa de azeite * sal * 1 colher de café de pimenta vermelha * 1 gema

Lave os espinafres e corte-os. Reserve. Pique a cebola e salteie-a no azeite (duas colheres de sopa). Adicione os espinafres e misture. Tempere com sal e pimenta vermelha. Cozinhe durante cerca de 15 minutos em lume brando. Deixe arrefecer. Entretanto, prepare uma mistura com a manteiga derretida, o leite e duas colheres de sopa de azeite. Pincele cada folha de massa filo com esta mistura líquida e sobreponha-as. Reserve parte dessa mistura para cobrir os rolinhos. Corte as folhas de massa filo sobrepostas ao meio. Coloque o recheio em todo o comprimento da superfície de cada metade das três folhas de massa filo sobrepostas. Enrole cada metade no sentido da largura. Vai obter dois rolos. Corte porções com cerca de 10-12 centímetros e coloque os rolos num tabuleiro untado com óleo. Cubra os rolos com o resto da mistura líquida. Pincele-os com uma gema de ovo batida. Leve a cozer em forno pré-aquecido a 175º durante cerca de 40 minutos ou até estarem crocantes e dourados.

19 de dezembro de 2007

O Festival do Sacrifício (Kurban Bayramı)


Venda de chocolates e rebuçados para o Kurban Bayramı

Começa amanhã o Festival do Sacrifício (Kurban Bayramı), celebrado nos países muçulmanos dois meses e dez dias depois do Festival do Ramadão ou Festival do Açúcar (Ramazan Bayramı / Şeker Bayramı).
Esta celebração dura quatro dias, e este ano começa amanhã, dia 20, e prolonga-se até ao dia 23. Durante esse período, principalmente no primeiro dia, é morto um sem número de cordeiros, mas também vitelas, vacas e até camelos, em louvor a Deus e para alimentar os pobres.
Esta tradição tem origem na história bíblica do sacrifício do filho de Abraão. Consta no Pentateuco, que certo dia Abraão teve um sonho que lhe revelou que tinha de sacrificar a Deus o seu filho Isaac. Abraão decidiu obedecer, mas tratava-se apenas de um teste à sua fé. No último momento, quando este se preparava para matar o filho, um anjo pediu-lhe para parar e deu-lhe um cordeiro para este sacrificar a Deus.
No ritual do Kurban Bayramı, todos os muçulmanos adultos com alguma riqueza devem sacrificar um animal. Muitas vezes, várias famílias juntam-se e compram um mesmo animal. O animal pode ser comprado várias semanas antes e ser alimentado no quintal ou jardim até ao dia do sacrifício. Um terço da carne deverá ser para consumo próprio, e a restante deverá ser distribuída pelos vizinhos e familiares e, principalmente, pelos pobres.
Com a carne resultante do sacrifício, a família reune-se à volta da mesa e o espírito é semelhante ao do Natal, por exemplo. Para muitas famílias que vivem em dificuldades, esta é a única altura do ano em que têm abundância de carne à mesa. Contudo, esta tradição tem decrescido na Turquia nos últimos anos, por razões ideológicas ou por preocupações com os direitos dos animais.
Esta celebração tem também uma vertente muito social e, claro está, gastronómica. Neste aspecto tudo é muito semelhante ao que se passa no Festival do Ramadão ou Festival do Açúcar (Ramazan Bayramı / Şeker Bayramı). É a altura em que muitos Turcos visitam a família. É praticamente uma regra oferecer aos “convidados” e às crianças que batem às portas, rebuçados e chocolates. Os doces, como o lokum e a baklava, são reis nas mesas nestes dias, assim como os börek, os rolinhos de folhas de videira (sarma), entre outros, que se oferecem às visitas que vão aparecendo. Em resultado da abundância de carne nestes dias, são também confeccionados pratos de carne típicos da culinária turca.

A frase mais ouvida nestes dias é iyi bayramlar, ou seja, boas festas!

Veja também: O Festival do Sacrifício (Kurban Bayramı); O Festival do Sacrifício começa hoje.

O Natal na Turquia

O Natal na Turquia
Pai Natal na montra de uma loja em Ancara

A Turquia, como país muçulmano que é, não celebra o Natal. No entanto, muitos dos símbolos do Natal, como o Pai Natal, a árvore de Natal e as iluminações típicas do Natal já enfeitam as montras de algumas lojas e estão espalhados pelo interior e exterior dos centros comerciais.

O Natal na Turquia
Árvore de Natal na entrada de um centro comercial de Ancara

Estas decorações marcam a chegada, não do Natal, mas sim do Ano Novo. Também se encontram à venda todos os enfeites típicos do Natal, e alguns Turcos muçulmanos fazem a árvore de Natal nas suas casas para receberem o Ano Novo. Também é tradição a troca de presentes no Ano Novo.

Meias de Natal
Meias de Natal com motivos dos tapetes turcos

O Natal na Turquia
Enfeites de Natal no interior de um centro comercial de Ancara

Vive na Turquia uma minoria cristã com relativa expressão que celebra o Natal e cumpre as suas tradições, composta na sua maioria por cristãos ortodoxos que celebram o Natal no dia 7 de Janeiro.
Algumas igrejas estão encerradas ao culto e funcionam como museu. No entanto, existem diversas igrejas onde os cristãos podem praticar o seu culto e cumprir o seu calendário litúrgico, nomeadamente o Natal. Istambul tem várias igrejas abertas ao culto, enquanto que em Ancara praticamente só existem as que funcionam nos jardins de algumas embaixadas. Este ano o Ministério da Cultura decidiu abrir também ao culto a igreja de São Nicolau, em Demre, na província de Antália.

O Natal na Turquia
Pais Natal vendem lotaria do Ano Novo no interior de um centro comercial de Ancara

A Turquia tem mais a ver com o Natal do que aquilo que geralmente se pensa, e até do que aquilo que os próprios Turcos pensam. O São Nicolau, que inspirou a figura do Pai Natal, nasceu e viveu no século IV na Turquia, mais precisamente em Demre, na costa do Mar Mediterrâneo. Também a primeira celebração do Natal teve lugar na Turquia.

O Natal na Turquia
Montra de loja num centro comercial de Ancara

No entanto, actualmente, quer o dia 25 de Dezembro para os católicos, quer o dia 7 de Janeiro para os ortodoxos, passa praticamente despercebido na Turquia, sendo ambos dias normais de trabalho.
Em termos de gastronomia turca para o Natal, não há obviamente nada a destacar. Nos dia 24 e 25 de Dezembro e nos dias 6 e 7 de Janeiro, vários pratos típicos da quadra e de diversas regiões do mundo, vão encher as mesas de várias casas espalhadas pela Turquia.

Ver também: O Pai Natal nasceu e viveu na Turquia e mais fotos sobre este tema.

16 de dezembro de 2007

Simitci



Vendedores de simits e poğaças no centro de Ancara, Dezembro 2007.

É tempo de biqueirão do Mar Negro (Hamsi)


O peixe mais famoso e mais consumido na Turquia é o biqueirão pescado no Mar Negro, só durante o Outono e Inverno. Já está à venda nos supermercados, peixarias, mercados e feiras desde Outubro. No entanto, a oferta está a ser particularmente grande durante o mês de Dezembro.
O biqueirão é o peixe mais barato na Turquia, factor que ajuda muito à sua popularidade. Neste momento, um quilo de hamsi custa cerca de 1,50 liras turcas, o que equivale em euros, a cerca de 90 cêntimos.
As receitas com hamsi são muito típicas, principalmente na região do Mar Negro. Encontra aqui uma dessas receitas.

Convido-vos a ouvir uma música tradicional da região do Mar Negro, cujo título é precisamente o nome deste peixe:

11 de dezembro de 2007

Alguns frutos e vegetais da época

Estes são alguns dos frutos e vegetais desta época, à venda numa feira semanal nos arredores de Ancara.

Nesta altura do ano, em termos de fruta, são especialmente as romãs, as laranjas, as tangerinas, as clementinas, as toranjas e as maçãs que abundam na Turquia.

Em termos de legumes, abundam principalmente os espinafres, o alho francês, as cenouras, o aipo, os bróculos, a couve-flor, os nabos e o rábano.

Na Turquia, raramente se encontram à venda frutas e vegetais fora da sua época de produção.

8 de dezembro de 2007

Kefir

Kefir

O nome kefir é uma derivação da palavra turca keyif, que significa prazer, saúde, entre outros sinónimos. É uma bebida de leite fermentado com origem na região do Cáucaso, preparada a partir da mistura do leite de vaca, cabra ou ovelha com grãos de kefir. Para além da versão natural, existem variedades com diversos sabores, nomeadamente de morango e banana, entre outros.
Tradicionalmente, o kefir era misturado em bolsas de pele que eram posteriormente amarradas às portas de forma a serem constantemente tocadas pela passagem das pessoas. Este procedimento ajudava a manter o leite e os grãos de kefir bem misturados.
Os grãos de kefir são uma combinação de bactérias e fermentos numa matriz de proteínas, lípidos e açúcares. Essa matriz simbiótica dá origem a grãos que fazem lembrar a couve-flor.
O kefir é fermentado à temperatura ambiente, geralmente durante a noite. A fermentação da lactose produz uma bebida azeda, levemente gaseificada e alcoolizada, com uma consistência semelhante à do iogurte líquido. O kefir produzido mediante métodos modernos tem menos de 1% de alcool na sua composição.
Actualmente o kefir é muito popular em várias partes do mundo devido às descobertas que foram feitas relativamente aos seus benefícios para a saúde. Para além de ser uma excelente fonte de cálcio, proteínas, vitaminas B12, B1, K e biotina, tem também propriedades anti-tumorais, antibacterianas e antifúngicas, entre outras.